Curso de Teoria de Música, Parte 3 (Nível 3)

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A parte 4 (Escalas gregas e tons litúrgicos), no  entanto, fica completa online, porque o pdf não mostra os vídeos (só os links deles.)


Curso de Teoria - Nível III


Os tons vizinhos, diretos e indiretos, possuem 1 nota característica.

2.     Tons afastados
Tons afastados são aqueles que diferem na armadura por 2 ou mais alterações.
(Também são tons afastados aqueles que têm as armaduras formadas com alterações de 2 espécies, como F e G.)

Observação: embora os tons homônimos (escalas de mesma tônica) se diferenciem na armadura por 3 alterações, muitos teóricos os consideram tons próximos, porquanto as teorias harmônicas demonstram que entre as suas notas há grande relação de afinidade. Isso também serve para os homônimos dos tons vizinhos

Exercício: Procure os 5 tons vizinhos de D (Ré). Compare o emprego desses acordes em músicas em D em livros com acordes (harmonias) como Louvai ao Senhor. A dominante é realmente mais freqüente? Investigue depois também hinos em outras tonalidades.
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Capítulo XI – Notas atrativas

Chamam-se notas atrativas aquelas que pedem resolução sobre outra determinada nota.
As principais notas atrativas são:
-         o VII grau (sensível), que pede resolução ascendente para a tônica
-         o IV grau (subdominante), que pede resolução descendente para o III grau

Esses dois graus só têm, entretanto, tendência atrativa quando ouvidos simultaneamente, pois formam intervalo harmônico dissonante, isto é, uma 4ª aumentada ou a sua inversão, 5ª diminuta. Essas duas notas juntas se acham em acordes maiores com 7 (quer dizer 7a  menor), como C7 ou G7. As notas que servem de resolução formam intervalo consoante, ou 3a  ou 5a. Forma-se com essas duas notas quase obrigatoriamente um acorde sobre a 4a do acorde anterior. Por ex. C7 – F ou E7 – A. O acorde com 7 da ao ouvinte quase sempre a impressão, que fosse uma dominante. Se ele fosse a dominante, o segundo acorde, uma quarta em cima, seria a tônica, pelo menos transitória ou passageira.
Os compositores servem-se dessa impressão para fazer uma modulação para uma nova tonalidade.

Aliás, toda dissonância tem resolução natural sobre uma consonância. A nota atrativa é, pois, quase sempre, parte integrante de uma dissonância, e o fato de resolver sobre outra nota é, justamente, para se aproximar de uma consonância.

Capítulo XII – Modulação

A modulação consiste na mudança de um tom para outro, no decorrer de um trecho da música, sendo que o trecho onde se encontram as modulações será chamado modulante, e o trecho sem alterações será chamado unitônico.
Uma música deve, em geral, começar e terminar no mesmo tom (p. ex. Louvai ao Senhor, potentíssimo, ou Noite Feliz, ou muitas outros hinos. Eles podem, todavia, por mais ou menos tempo, modular para uma outra tonalidade. O hino 15 (Felicíssimo) muda para A (Lá maior) em compasso 8. Para fazer isso agradável ao ouvinte, os músicos devem acompanhar a nota antes com E7 (ou E), a 5a ou dominante de A, também designado como dominante passageira ou transitória. A é então a nova tônica passageira, já em compasso 10 forma se o acorde A7, que leva o ouvinte de volta para D (Ré maior).
Quando a modulação perdura por algum tempo e o novo tom toma feição de destaque, isto é, é definitiva, costuma-se mudar a armadura de clave, o que não acontece quando a modulação é passageira, que volta logo ao tom principal ou continua passando por outros tons. ( p.ex. Momento Novo (Por isso vem)).
Raramente, contudo, uma música pode começar em um modo e terminar em outro. Observamos isso em algumas músicas de louvor como “Dá-me um coração igual ao teu” (Começa em F, modula através da dominante D com 7 (no baixo) para G antes do último refrão.) A vitória da Cruz (Diante do trono) começa em Am, modula através de F7 para Bbm (antes de Caiu como serpente) e pouco depois modula através de F#7 para Bm. Modulações continuadas se usam em vários exercícios para aquecimento da voz, para cantar o exercício cada vez mais agudo.
Se tocarmos um hino, como por exemplo “Cantai alegremente”, HL210, em A (Lá) e queremos tocar o último verso meio tom mais alto, deveremos tocar no fim do penúltimo verso F7, que guia facilmente os cantores para Bb.
Outras músicas trazem modulações mais desenvolvidas. Meu bem maior (Fernanda Brum) começa em D, mas no fim do solo da guitarra ouvem-se de repente Bb – F – C, e esses três tons vizinhos definem a nova tônica F, que fica até o fim.

Os tons que fazem o trecho desvincular-se do tom principal, como a 7menor, são chamados tons acessórios ou secundários.

Embora os vários processos de modulação constituam parte do estudo de Harmonia, e que seja necessário conhecimentos aprofundados desta mesma para reconhecermos as modulações chamadas encobertas, podemos analisar uma melodia escolar, contendo modulações bem simples, para tons vizinhos diretos ou para os tons homônimos, seguindo as seguintes regras:
 I – Se o trecho está em modo maior:
b)       a alteração ascendente do IV grau provoca modulação para o tom da Dominante
c)        a alteração descendente do VII grau provoca modulação para o tom da sub-Dominante
d)       a alteração ascendente do V grau provoca modulação para o seu relativo menor
e)        as alterações descendentes do III e do VI graus provocam modulações para o homônimo menor

II – Se o trecho está em modo menor:
a)        a alteração descendente do VII grau provoca modulação para o seu relativo maior
b)       as alterações descendentes do III e do VI graus provocam modulações para o seu homônimo maior.

Capítulo XIII – Acordes

1.     Generalidades
“Acorde é o conjunto de som ouvido simultaneamente, cujas relações de altura são determinadas pelas leis da natureza.”
Os acordes são formados por grupos de 3, 4 e 5 ou mais sons (notas) diferentes entre si.
Entretanto, podemos repetir, num acorde, qualquer das suas notas. Porém, para se classificar o acorde, contam-se apenas os sons diferentes. As notas repetidas chamam-se notas dobradas. Exemplo: O acorde de Mi toca se no violão Mi-Si-Mi-Sól# -Si-Mi. É um acorde de três sons.
Quando as notas do acorde estão colocadas em terças superpostas,
diz-se que o acorde está em posição primitiva (ou posição natural).

2.     Diferença entre o baixo e a fundamental
A nota mais grave do acorde chama-se baixo, independentemente de sua posição.
Quando o acorde encontra-se em terças superpostas (posição natural ou fundamental), o baixo coincide com a fundamental. A fundamental é, pois, a nota básica, a nota que dá origem ao acorde, sendo a nota mais importante do acorde, sobre qual se constrói o acorde. Para encontra-la, basta colocar o acorde em posição fundamental.

3.     Formação dos acordes em geral
As notas do acorde são designadas pelo número correspondente ao intervalo que formam, respectivamente, com a fundamental. A 1a (fundamental), 3a e 5a são tão comuns em acordes, que não precisa notar a cifra. Só se são exigidos mais notas, se nota uma cifra. (O acorde de C é feito, por conseguinte, de Dó-Mi-Sol = 1a, 3a e 5a da escala em C, o acorde de D consta de Ré-Fá# - Lá = 1a, 3a e 5a  da escala em D)

Acordes de 3 sons: fundamental (1ª) – 3ª – 5ª  (G = Sól,Si,Ré; Fm = Fá, Lá b, Dó)
Acordes de 4 sons: fundamental (1a) – 3ª – 5ª – 7ª  (G7M=Sol,Si,Ré,F#)
Acordes de 5 sons: fundamental (1a) – 3ª – 5ª – 7ª – 9ª (G7/9, A7/9 etc.)

4.     Estados dos acordes
Os acordes têm dois estados:
                 Fundamental – quando o baixo e a fundamental são a mesma nota

Estado

                 Invertido – quando a fundamental não é o baixo

5.     Inversão dos acordes

Acordes de 3 sons

Os acordes de 3 sons têm 2 inversões:
1a inversão....................3a como baixo
2a inversão....................5a como baixo

Acordes de 4 sons

Os acordes de 4 sons têm 3 inversões:
1a inversão....................3a como baixo
2a inversão....................5a como baixo
3a inversão....................7a como baixo

Acorde de 5 sons

 

Os acordes de 5 sons têm uma característica especial; o intervalo composto de 9a.
Assim sendo, seja qual for sua inversão é obrigatório conservar esse intervalo sempre acima da fundamental, sendo impossível, portanto, a 9a figurar como baixo, pois se o fizermos não será possível manter esse intervalo.
Logo, os acordes de 5 sons também têm 3 inversões.
1a inversão....................3a como baixo
2a inversão....................5a como baixo
3a inversão....................7a como baixo

1.     Acordes de 3 sons
De acordo com a classificação dos intervalos com que são formados os acordes de 3 sons chamam-se:
a)    acorde (perfeito) maior
Formação: (além da fundamental:) 3a maior e 5a justa (p.ex. C)

b)    acorde (perfeito) menor
Formação: 3a menor e 5a justa (Cm)

c)     acorde de 5a diminuta
Formação: 3a menor e 5a diminuta (Cdim = Cm5b = Cm5- = Cm-)

d)    acorde de 5a aumentada
Formação: 3a maior e 5a aumentada (C+ = C5+ = C5#)

e)     acorde com 4a
 4a em vez de 3a  (os dois juntos não combinam) (Csus = C4)

2.     Acordes de 4 sons
O acorde mais freqüente é a dominante com 7 (ver capítulo XI e XII), como G7. Ele usa a 7a menor, embora a 7a da escala contem a 7a maior. É comum, que 7a visa sempre a 7a menor, enquanto 7 M significa 7a maior.
a)    acorde de 7a da dominante
Formação: 3a maior, 5a justa e 7a menor (G7)

b)    acorde de 7a da sensível
Formação: 3a menor, 5a diminuta e 7a menor (Bm-7 = Bm5- 7)

c)     acorde de 7a diminuta
Formação: 3a menor, 5a diminuta e 7a diminuta (A#o = quase = A#dim)
Nesse acorde todos os sons tem a distância de 3 meio-tons, correspondendo a uma terça menor.

d)    acorde de 4a e 7a
Formação: 4a maior, 5a justa e 7a menor (G47)

e)     acorde com 6a
Formação: 3a maior, (5a justa, as vezes pode faltar!) e 7a menor (G6)

f)      acorde com 9a
Formação: 3a maior, 5a justa e 9a menor (A9)


3.     Acordes de 5 sons
a)    acorde de 9a maior da dominante,
Formação: 3a maior, 5a justa, 7a menor e 9a maior (G79)

b)    acorde de 9ª menor da dominante
Formação: 3a maior, 5a justa, 7a menor e 9a menor (G79- = G79b)

4.     Acordes consonantes e dissonantes
Os acordes são classificados como consonantes ou dissonantes de acordo com os intervalos que os formam.
São consonantes aqueles formados apenas por intervalos consonantes.

3a e 6a maiores e menores (consonantes variáveis)

Intervalos consonantes

5a, e 8a justas (consonantes invariáveis), 4a (no conjunto do acorde)

Acordes consonantes                    perfeito maior

                                                perfeito menor

São dissonantes todos os outros acorde, aqueles que contêm um ou mais intervalos dissonantes. Todos os acordes dissonantes possuem notas atrativas, e, por esse motivo, pedem resolução.

Intervalos dissonantes         2a e 7a maiores e menores

  todos os intervalos aumentados e diminutos

              
Acordes dissonantes           
5a diminuta; acorde com 6a (dissoa entre 5a e 6a ); 5a aumentada)                                       
                                                 
7a da dominante, 7a maior ou menor de outros acordes, 7a da sensível

9a maior da dominante, nonas maiores e menores de outros acordes.

acorde com 4a, pois a 4a dissoa com a 5a , formando com ela uma 2a.

entre outros

      

     

 

Capítulo XIV – Compassos mistos e alternados
1. Compasso misto
Dá-se o nome de compasso misto à reunião de dois compassos diferentes executados simultaneamente.
Quando escrito para uma música para piano uma das mãos executa um compasso, enquanto a outra executa compasso diferente.
Também dois instrumentos tocando em conjunto com compassos diferentes formam um compasso misto.
Na execução do compasso misto é indispensável que os primeiros tempos de cada compasso coincidam sempre.


2. Compasso alternado
Compassos alternados são aqueles formados pela reunião de dois ou três compassos (de 2, 3 ou 4 tempos) executados alternadamente.
Exemplo de um compasso de 5 tempos (execução alternada de um binário e um ternário):
Alguns compositores empregam às vezes os compassos alternados sem a linha pontilhada divisória
Esses compassos alternados são também indicados por frações e têm sua formação idêntica aos demais compassos.
Os compassos alternados podem ser simples ou compostos, conforme sejam os compassos que os constituam.
Servem com numerador das frações dos compassos simples os números 5, 7 e 9; os denominadores são os mesmos do demais compassos conhecidos.

1.     Compassos alternados simples
Compasso de 5 tempos: formado por um compasso binário e um ternário, ou vice-versa. Ver exemplo acima
Compasso de 7 tempos: formado por um ternário e um quaternário
Compasso de 9 tempos: formado por um quaternário, um ternário e um binário.
2.     Compassos alternados compostos
Alternando os compassos compostos teremos compassos alternados compostos
Assim sendo, cada compasso alternado simples tem o seu alternado composto e vice-versa. Os seus numeradores são:
Para o quinário...................................15 (3 x 5)
Para o septenário................................21 (3 x 7)
Para o de 9 tempos.............................27 (3 x 9)
         

Capítulo XV – Transposição
A transposição consiste em elevar ou abaixar o tom de uma música. Sua finalidade é acomodar a uma voz ou a um instrumento, ou até adaptá-lo (no caso de instrumentos transpositores), uma música escrita em tom muito alto ou muito baixo
A transposição pode ser:
 è escrita –   sem mudança de clave
        com mudança de clave (não será trabalhada no momento)
 è lida (não será trabalhada no momento, quem toca flauta contralto, já conhece o trabalho, porque ele transpõe, pelo menos no início, as notas um 5a para cima ou uma 4a para baixo, quando tocar um trecho)

1.     Transposição escrita sem mudança de clave
Para fazer essa transposição:
a)     coloca-se a armadura do tom transportado de acordo com o intervalo dado;
b)    faz-se o transporte de todas as notas, de acordo com o intervalo dado;
c)     as notas acidentadas serão também alteradas no tom transportado
Tom original:
Tom transposto à 2ª maior
Esse é o fim do curso de teoria. Põe agora em prática, o que você aprendeu, visando sempre a honra e a glória de nosso Deus.

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